sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

SAÍDA DE CAMPO - Observatório Astronômico do CMPA (07/12/2012)

Olhando para cima


No dia 07/12/2012, foi realizada a última saída de campo do curso de especialização EGH. O Observatório Astronômico do Colégio Militar de Porto Alegre conta com um telescópio principal e três auxiliares, capazes de visualizar o espaço com um aumento de até 400 vezes, permitindo ver planetas próximos à Terra, como Júpiter, Marte e Saturno, com grandes detalhes. Além disso, contamos com o auxílio de funcionários do Colégio que apresentam o instituto e nos mediam no local.


O professor do Colégio nos aplicou uma atividade sobre os formatos e movimentos da Terra ao ar livre, nos dispondo em círculo. Desenhamos os formatos e movimentos conhecidos, mas alguns tiveram uma surpresa ao perceber que os movimentos são um pouco diferentes daqueles que costumamos aprender nas escolas ou cursinhos pré-vestibulares.


 Dentro do observatório, podemos perceber, através de outras práticas, como os movimentos terrestres e suas inclinações são influentes no nosso cotidiano, afetando a natureza que nos circunda, o tempo que utilizamos para exercer nossas atividades, etc.


Devido ao céu nebuloso, não foi possível vermos o espaço através dos telescópios, mas percebemos, através das nuvens, como a poluição luminosa da cidade é extremamente forte, ao se ver o reflexo das luzes na nuvens e discutirmos como isso impede uma melhor visualização dos astros no céu.






PROPOSTA PEDAGÓGICA

O universo é o conjunto de astros, planetas, estrelas, galáxias que despertam curiosidade nas mais diversas faixas etárias. A proposta apresentada é para os alunos do 6º ano fundamental, nas disciplinas de Geografia (abordando o Universo na sua espacialidade e temporalidade) e História (no contexto cultural e religioso).

Os antigos povos criaram as mais incríveis representações para justificar a forma do Universo que eles não compreendiam, muitos tiveram fortemente laços religiosos para a tal explicação. No site http://revistaescola.abril.com.br/ciencias/pratica-pedagogica/era-vez-sol-terra-lua-426157.shtml é possível encontrar essas representações.


O universo, na representação dos antigos.

 

Um ovo com a Terra no meio: assim era o universo para os chineses, antes da era cristã.









Para os babilônios, a Terra era um barco virado no mar e o céu, pedra preciosa.


Os egípcios acreditavam que o universo era uma caixa e o Sol viajava em um barco












A Terra era um disco dentro de um rio para os gregos e o Sol era puxado por carruagem

Para algumas tribos africanas, o universo era uma cabaça, com as metades unidas por uma serpente

Na tribo dos jurunas, quem iluminava o dia eram os filhos de Kuandú, o deus Sol, quando saiam de casa


ATIVIDADE 1: Dividir a turma em grupos e distribuir a cada, uma folha somente com o texto das representações do Universo acima. Cada grupo deverá desenhar o Universo conforme o escrito. Logo, comparar com as imagens do professor e discutir essas crendices, as diferentes culturas para compreender a Terra.
ATIVIDADE 2: Assistir ao vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=1-NCtK-HLdo
Este vídeos faz a comparação entre o tamanho dos planetas do sistema solar e com muitas outras estrelas maiores do que o Sol.
Após assisti-lo,  fazer as seguintes interferências:

ü  Quem somos perante a diversas outras gigantes estrelas?
ü  Como é possível saber que existem outras estrelas maiores?
ü  Por que os povos antigos criavam mitos para explicar o Universo?
ü  Qual a relação da Inquisição com a ciência?
ü  Qual era a teoria de Galileu Galilei sobre o centro do Universo? E qual foi o papel da Igreja Católica sobre esse assunto?

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

SAÍDA DE CAMPO - Município de Porto alegre (01/09/2012)

Um novo olhar sobre o município de Porto Alegre

O sinal dá a ideia do tempo e do entendimento sobre tempo. O semáforo é o símbolo da cidade de hoje, do seu ritmo febricitante, dos signos que emitem ordem. Do tempo visto como sinônimo da pressa. De um tempo social diferencial construído por relações produtivistas. O decurso de tempo entre o “verde-amarelo-vermelho” marca o tempo da conversa, do relacionamento com o outro. Impõe o corre-corre, subtraindo do tempo a vida, no cotidiano do cidadão da grande cidade...o ritmo da cidade, esse tempo-duração, marca de tal modo a vida das pessoas que estas perdem a identificação com o lugar e com as outras pessoas.  (Carlos, 1999 p. 17-18)
Assim a autora acima, vai moldando a identidade e o tempo na cidade, onde passamos com os olhos apressados nos signos existentes e muitas vezes deixamos de fazer conexão com a nossa história. A proposta de ensino: Um novo olhar sobre o município de Porto Alegre irá fazer com que os alunos reflitam sobre o seu bairro, município, numa perspectiva de (re)conhecimento sobre o lugar.

PROPOSTA:

·         Apresentar aos alunos o seguinte vídeo:


·         Listar os lugares que compõem a música
·         Listar também outros lugares de Porto Alegre
·         Debater com a turma a caracterização e a identificação desses lugares para o município

·         Mostrar imagens diversas de Porto Alegre:







·         Questionar onde são estas fotos?
·         Por que de certa forma elas são “esquecidas” quando falamos em Porto Alegre?
·         Qual a diferença entre cidade e município?
·         Por que a música apresentada traz os lugares da cidade e não do município em um todo?
·         Existe alguma intenção quando selecionamos os cartões-postais?

·         Construir uma paródia sobre o seu município, destacando o seu bairro.






SAÍDA DE CAMPO – Vale do Rio Pardo (21/07/1012)

       No dia 21 de julho de 2012, realizou-se a segunda saída de campo dos alunos do curso de especialização EGH. As localidades visitadas foram os municípios de Rio Pardo e Santa Cruz, na região do Vale do Rio Pardo.  O objetivo da saída de campo foi observar o contraste entre as duas cidades, vizinhas e de formação muito parecida, seja na organização do espaço urbano, na forma de ver e valorizar a própria história ou mesmo nas relações econômicas com a região e com o mundo externo.

RIO PARDO


       Uma das cidades mais antigas do Rio Grande do Sul, a formação de Rio Pardo remonta o período colonial. A arquitetura de boa parte dos prédios, casas e igrejas (em relativo bom estado de conservação em sua maioria) salienta o estilo português clássico e o ar bucólico da cidade. Lá encontramos também a “primeira rua calçada no Rio Grande do Sul”, conhecida popularmente como “rua da ladeira” (datada de 1813). Passamos brevemente também pelo “Forte Jesus, Maria, José do Rio Pardo”, embrião que deu origem à vila de Rio Pardo em meados do século XVIII. O forte (que também já se chamou de “Fortaleza do Rio Pardo”) foi construído pelos portugueses em um ponto estratégico, próximo ao rio Jacuí, permitindo uma ampla visualização das redondezas, para se precaver das investidas de tropas espanholas. Por nunca ter sido tomado ou derrubado, o forte recebeu a alcunha de “Tranqueira Invicta”. Outro espaço digno de nota é o Centro de Memória de Rio Pardo, que ocupa o prédio (restaurado) onde havia a escola em que Getúlio Vargas estudou (motivo de claro e evidente orgulho para a população local).

       Entre espaços de memória e uma visão de certa forma nostálgica do passado, Rio Pardo (outrora o principal município do Vale) hoje é uma cidade de pequenas dimensões, atividade econômica bastante tímida e ares claramente interioranos. Trata-se do tipo de cidade de pouco movimento, onde você recebe “bom dia” de desconhecidos e onde todos os moradores, de uma forma ou outra, parecem se conhecer e têm alguma história para contar ao “povo da capital”.


SANTA CRUZ


Em claro contraste com Rio Pardo, o município vizinho de Santa Cruz (de forte colonização germânica), demonstra características de um pólo urbano e econômico da região.  De majoritária colonização germânica, a cidade de Santa Cruz possui algumas obras arquitetônicas notáveis, como a catedral da cidade – que lembra bastante o estilo gótico europeu. No “Morro da Cruz”, uma enorme cruz e um mirante com vista panorâmica da cidade tornam o espaço convidativo a turistas.  O TC contou com uma visita ao museu do tradicional Colégio Mauá, que contava com peças sortidas e algumas exposições temáticas sazonais.
       Diferentemente de Rio Pardo, Santa Cruz não possui ares lá muito interioranos. Tal como as grandes cidades, possui um forte contraste entre espaços mais “nobres” e a periferia local. A atividade econômica que define o município (e arredores) é o cultivo e beneficiamento do tabaco. Ali estão assentadas algumas das principais multinacionais da indústria tabagista e a esmagadora maioria dos proprietários rurais (pequenos e grandes) da região pratica o cultivo do tabaco. Estes produtores são representados pela AFUBRA (Associação dos Fumicultores do Brasil), cuja sede foi visitada durante o TC. Na AFUBRA, uma explanação sobre a entidade e suas atividades na região (assim como o histórico da associação) foi guiada por funcionários e lobistas da associação – que fizeram questão em seu discurso de deixar claro compreenderam os malefícios do fumo, mas defenderam com unhas e dentes a atividade em função de sua relevância econômica para a região e - em alguns momentos – chegaram a se apresentar como vítimas do Ministério da Saúde e suas políticas anti-fumo. Houve também uma breve visita ao setor “verde” da AFUBRA, uma pequena usina de produção de biodisel.

quinta-feira, 28 de junho de 2012


Nossa visão de TC

A Educação Patrimonial tem como meta preservar a história material e imaterial da sociedade. Seja uma cultura, um edifício, um lugar, busca-se compreender e resgatar a importância identitária para determinados indivíduos de um determinado Patrimônio Cultural. Sabe-se que a preservação do Patrimônio Histórico nasceu sob a supremacia do Poder Público, cuja memória oficial é excludente e celebrativa dos feitos dos ditos heróis nacionais (ORIÁ, PEREIRA, p. 6).

Hoje, porém, não se pode ser excludentes nem mesmo vale-se do oficial, visto que é comprovado por diversos estudiosos que os documentos oficiais nem sempre dizem a verdade sobre os fatos, lugares, objetos. Para resgatarmos a memória dos “invisíveis” nesta História, é necessário rever a concepção de cidadania – objetivando o direito a História conjunta a de outros diversos - e deve-se repensar a identidade arraigada através da eleição de bens culturais reveladores do passado e do presente que nos marcantes como sujeitos históricos e cidadãos plenos da construção das múltiplas memórias (ORIÁ, PEREIRA, p. 7).

Os Trabalhos de Campo permitem visualizar o cotidiano, todavia, sob um olhar assistido. Com eles pode-se perceber a ação dos patrimônios e (re)descobrir suas importâncias sociais. Para Gil e Almeida (p. 75, 2012), há uma íntima relação entre o caminhar e o morar, visto que os atos de passear a pé pelos espaços urbanos podem ser vistos como prolongamentos das relações que temos com as nossas moradias.

Então, ao cruzar uma mesma praça diversas vezes durante caminhadas semanais, geralmente não se observa que possui uma história – desde a sua construção a quem circula ou circulou por ela, quem mora ou morou ao redor e quais suas relações com os habitantes locais. Um simples caminhar permite ver as belezas naturais de um lugar, suas riquezas, bem como seus problemas lá arraigados. Ainda nota-se como o lugar é composto por uma heterogeneidade entre modos de vida, formas de morar, uso dos terrenos da cidade por várias atividades econômicas. (CARLOS, pg.22) O Trabalho de Campo permite, nesta concepção, perceber o que acontece em nossa volta, questionarmos as coisas ao olharmos para o nosso passado e para o presente para que se possa, enfim, ser cidadão e projetar um futuro mais adequado para todos.


CARLOS, Ana Fani Alessandri. A cidade. São Paulo, contexto, 1999.
ORIÁ, Ricardo; PEREIRA, Júnia Sales. Desafios teórico-metodológicos da relação educação e patrimônio.
ALMEIDA, Dóris Bittencourt; GIL, Carmem Zeli de Vargas. Práticas pedagógicas em História: espaço, tempo e corporeidade. Erechiim: Eldebra, 2012.

SAÍDA A CAMPO - TERRITÓRIOS NEGROS (01/06/2012)

Os alunos desta especialização fizeram a sua primeira saída a campo. O percurso foi pelos Territórios Negros de Porto Alegre, cujo objetivo foi conhecer esses territórios que se constituíram ao longo da história da capital.



LARGO DA FORCA
Hoje esse Largo é a atual Praça Brigadeiro Sampaio. Esse era o local onde ocorreram as execuções dos negros do período de escravidão.









PELOURINHO

Está localizado em frente à Igreja Nossa Senhora das Dores, próximo à Casa de Cultura Mário Quintana. Local onde os negros escravizados eram supliciados. Lá existe um tambor em homenagem a esses castigados.








MERCADO PÚBLICO
Foi construído por escravos negros e no centro deste local, existe um assentamento dedicado a um orixá, o Bará.
Na foto, os alunos realizando um culto de oferenda. Interessante ressaltar que a Clarice, a mediadora, parou o centro do Mercado e contou a história da passagem dos negros escravizados no local. As pessoas pararam, algumas reclamaram, alegando que estávamos incomodando, os comerciantes resmungavam. Pouco após jogarmos as balas e moedas como oferendas e irmos embora, os trabalhadores locais que tanto reclamaram foram os primeiros as correrem ao centro para pegar valiosos níqueis daquele chão sujo.
CAMPO DA REDENÇÃO
Local de encontro durante a escravidão, onde os negros praticavam as suas tradições, comercializavam, viviam.












ILHOTA

Local para a prática de futebol, criação da “Liga da Canela Preta”. Infelizmente não pudemos ir ao local, então carecemos de fotos.


QUILOMBO DO AREAL

Um dia foi este lugar foi a chácara da Baronesa do Gravataí. De um lado, sua casa de verão e do outro, um "puxadinho". O Areal foi ocupado por negros alforriados da senzala da chácara que passaram a trabalhar nos solares da região.
















LARGO ZUMBI DOS PALMARES


Lá, perto de onde, hoje, muitos se encontram - ou se encontravam - para as noites de boemia.











CLIQUE AQUI E VEJA A PROPOSTA PEDAGÓGICA PARA ESTE TC.

domingo, 24 de junho de 2012


Este blog foi criado para descrever, discutir e compartilhar as saídas a campo que serão realizadas neste ano, 2012, pelo curso de Pós Graduação do Ensino da Geografia e da História: Saberes e fazeres na contemporaneidade-UFRGS.





PARA REFLETIR...


A Geografia e a História trabalham com e no espaço territorial, desde sua formação até as manifestações culturais e políticas existentes.  Assim é possível (re) descobrir a construção da lugarização, do processo de identificação no território.

É possível perceber que o conceito de território é fortemente debatido. Na Geografia Humana, Friedrich Ratzel (1844- 1904) demonstrou grandes relações entre o espaço e o estado para reafirmar a territorialidade. Mas na geografia crítica é onde se dá uma grande importância ao conceito de território. Neste contexto se destacam Milton Santos, Rogério Haesbaert, Roberto Lobato Corrêa, dentre outros.

Na História, mais especificamente a Educação Patrimonial, percebe-se a cidade como lugar de memória, permitindo resgatar pensamentos, sensações e vivências dos sujeitos sobre determinado local. Bairros, ruas, avenidas, escolas, feiras e outros elementos dos municípios possuem histórias que ligam os indivíduos e constituem uma identidade entre eles. Não apenas isso, percebe-se que essas histórias muitas vezes são esquecidas pelos viventes e, por isso, precisa-se resgatar a memória dos locais para que a História continue viva.